Visitante Nº

quarta-feira, 12 de maio de 2010


Existe no mundo
Coisa mais triste que saber da verdade exata?
A verdade de que não sou eu
Mais que nada
Que no fundo
Todas as minhas leis e crenças
São loucuras e pensamentos desvairados
Que não possuem fundamento algum
A não ser aquele que eu mesmo
Tenho me obrigado a aceitar.
Coisa mais penosa essa
Eu descobri e sei da verdade
Agora, mais que antes
Sei que a verdade não liberta
Ela me condiciona
Ao parasitismo
Às aceitações sem porquês
Hoje sei que a verdade é
Nada mais que a mentira inventada
Em toda a essência humana.

Pensamento I

Nesses dias de exaustivo sofrimento, me tenho permitido uma reflexão e cá entre nós, é desoladora a conclusão à que cheguei não muito diferente das tantas que aqui vos tenho dado a conhecer.
Pois bem, andei pensando nas relações humanas e nas conseqüências desastrosas que elas deixam, talvez eu pense assim pela insipiência de minha existência aos demais, mas isso já é para outro assunto. Retomando ao que queria dizer-lhes, devo alertar à todos que quanto mais nos dedicamos há uma pessoa e quanto maior o afeto, o respeito e o bom sentimento que lhe prestamos, mais estarrecedora será a forma com a qual ela irá nos desapontar. Bem exprimiu Shakspeare quando disse: “não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam”. Quando você menos esperar, será traído e machucado por quem mais ama, essa é uma verdade inquestionável. Nem me atrevo a dizer que o outrem o faça por mover de sua própria consciência, pois o homem em sua natureza já é um ser ingrato e seria a te mesmo uma questão de lógica a ser usada para compreendermos esse fato do qual vos falo. Pois se nos afeiçoamos tanto à uma pessoa, é normal que dela esperemos bem mais do que esperaríamos de qualquer outra e, assim, o mínimo ato contrário às nossas expectativas, causam um tremendo estardalhaço em nossos corações, resultando em um demasiado sofrimento. Digo-vos mais queridos, é necessário cingirmo-nos de força e auto-suficiência para resistir a tão amarga situação. Sim, a auto-suficiência é a grande arma. Quando nos damos conta do quanto somos imensamente necessários e importantes, somente aí, é que podemos nos dizer aptos a atravessar uma rejeição, uma traição ou qualquer outro desafeto dos que amamos. Somos tão mutantes como uma larva que se torna em borboleta. Possuímos como prêmio da vida o poder de renovarmo-nos a cada dia. A dor sempre será inevitável e irremediável, o sangue sempre irá manchar a esperança e as lágrimas regar o coração, mas no derradeiro momento, quando a dor parecer inumana, aí então uma nova mutação acontecerá e agora, mais forte e enrijecido pelos golpes ferinos da vida, estarás de pé.
A vida trará inumeravelmente, cada vez mais pessoas até você e te permitirá amar, mas nunca esqueça: aquele que está ao teu lado agora, logo irá te magoar. Se alguém amar-te, também irás machucar, pois és humano e não podes fugir ou negar tua natureza.
Pois bem, podes até não concordares com o que vos direi, mas ainda assim direi. Os melhores dentre nós, estão designados às maiores traições, os que mais se dispõem ao amor e ao bem, ah! Esses muito têm a penar. Quanto mais me ponho a pensar e me aprofundar em indagações sobre o humano, maiores são meus motivos para descrer no homem. Não entendes? Digo isso por pensar nos que muito são penalizados por amar, pois os que são amados por estes, involuntariamente usam de seu sentimento, até ao cansaço e assim os apunhalam coma voracidade de um animal trevoso. Então, quem muito ama, muito, em demasia sofre.