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domingo, 25 de julho de 2010

Pensamento II

Tenho pensado por estes dias: O que é interessante, de fato, nesta vida? Por todos os lados que observo, não encontro nada que me faça brilhar os olhos.
O mundo está tão desgastado e desinteressante, que tudo me dá a certeza de viver em um espaço irreal. Acho que tudo, na verdade, é apenas nada. Aqui as pessoas são medíocres, se deleitam da infelicidade, da humilhação e da maldade alheias. Cultuam, com ardente paixão, os sentimentos de individualismo e egoísmo. Matam os seus e, consequentemente, a si matam também.
Nesse lugar, os sábios são ridicularizados pelos donos da "razão". Agora, o conhecimento é superior ao sentimento e as leis estabelecidas para alcançar a felicidade, superiores à própria felicidade.
Me sinto perdida no meio da confusão de ferozes verdades. Parece não haver caminho ou saída alguma, a não ser tornar-se invisível a eles. As minhas crenças estão sepultadas para todos e eles me tem por louca.

domingo, 18 de julho de 2010

A noite do fim

Naquela noite, não haviam estrelas
No céu, nem havia luar
O vento não soprava como de costume
As velhas canções noturnas se faziam ausentes
Apenas a solidão envolvia
As mãos frias e magras
E o silêncio acompanhava
Os passos trôpegos daquela alma
Naquela noite, já não havia brisa
Nem cores no céu haviam
Só a lembrança típica do adeus
E a certeza constante do vago
Não havia futuro
Nem restava esperança
E no fim daquela estranha e escura noite...
Acabou,
Já não havia vida
Já não havia alma.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Apenas um espectro, numa dimensão desconhecida, é o que sou.
Corrupto pelo ódio e arraigado na dor eterna.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Do encontro à realidade

Não sei dizer como cheguei
Até aqui
Nem me lembro dos primeiros
Passos que dei
Isso tudo foi como
Um sonambulismo agudo
Quando acordei
Só pude ver os rastros
Da tragédia
É como uma febre interminável
E uma dor incessante
Aguçadas por um medo
Que percorre cada milímetro
Do meu corpo.
Até meu espírito estremece
Por esse desespero
Ao redor não vejo
Nenhuma mão que se estende
A mim, nem mesmo por pena.
Realmente,
Não sei dizer como cheguei
Até aqui
Mas sei que meu fim
Se aproxima lento
Para que eu possa provar da dor
Por mais tempo.
Queria correr e gritar
Meu sofrimento ao mundo
Mas preciso me esconder
Em palavras.
Correr ao meu velho caderno
Durante a noite
Escrever em sangue o que tenho vivido.
Não consigo mais suportar a vida
Nem essa, nem qualquer outra
Me acostumei com a solidão
Desse lugar.
Tão escuro, tão frio e vazio
Que adormece agora.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Esta é a sensação de percorrer o infinito
De seguir o inalcansável
De buscar o que não se pode ver
Nem ouvir, nem sentir...
Aquilo que apenas existe em meu pensar
Que se faz ímpar em meu coração
O que me faz um louco sonhador
De um insaciável querer
Abstrato na escuridão
Do nada...