Visitante Nº

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Quando o vento sopra
Parece levar consigo cada fragmento
Que compõe minha alma
Estou descomposto
Já se perde de mim a razão
Esse caminho parece
Nem ter volta
Minhas idéias se perderam
Ao longo dele
Lágrima já não há
O sofrimento nem ao menos me perturba
Só o silêncio, que parece
Me dizer a respeito do fim
Devo seguir e seguirei
Sem dor, sem amor
Sem razão e sem alma.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mais uma vez gostaria de agradecer a companhia da galera que sempre visita o blog e posta comentários. E dizer que em breve voltarei a postar regularmente. Ando com um tempo corrido, mas assim que possível haverão novas postagens. Beijos cálidos a todos.

domingo, 31 de outubro de 2010

Enquanto as ondas quebram na praia
Meus pensamentos vêm e se dissolvem
Na areia limpa e vazia
Foram sonhos, desejos, amores
Todos foram e se foram
Enquanto o sol se põe
Meus olhos se enchem de luz
Lágrimas brilhantes refletem
Talvez a solidão, quem sabe a alegria
Do instante precioso
Na graça do perfeito balé de águas marrons
No movimento suave das nuvens passageiras
Tudo ganha sentido
Tudo se faz valer
Cada passo até aqui
Cada tropeço convertido em lição
Todas as manhãs e tardes e noites
Que caminhei na estrada de sonhos
Agora, só por agora
De repente, neste instante
Tudo tem um por que
Inexplicavelmente, cada um toma seu lugar
E meu espírito é invadido de uma paz
Outrora distante
Eu sou o fruto da perfeição
Da felicidade contida em dias amargos
Hoje, mais que qualquer outro dia
Sei que vivo
Compreendo as batidas que sinto no peito
Sei, agora, de onde elas vêm
E o som que reproduzem
Falam de paz, de esperança
Sou tudo que vive
Sou tudo o que preciso
Vivendo, desde hoje
Para todo o sempre
Até o fim do dia.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Atmosfera pesada
Ar rarefeito às minhas narinas
O tempo, demasiadamente, compassado
Me faz perceber que estou saboreando
Cuidadosamente, ao estilo de um degustador profissional
Minha própria morte.
Tragando meu último cigarro
Enchendo meus pulmões de caos
A brisa noturna invade minha sala
Exalando cheiro de folhas secas
Me perco, confundido
No esquecimento da hora passada.
Logo resurjo em pequenas doses
Que penetram minhas veias
Violentando minha pele
Agora arrasada.
Gotas de euforia
Pequena e finita ilusão
Num súbito vôo alucinante
Sou um herói
Numa era apocalíptica
Um redentor do sofrimento
Um cantante de fulgor
Risos desvairados tomam o lugar
Do silêncio sepulcral
Delírios de uma noite morta
Paixão tardia de um animal covarde
Sanidade louca
Fuga da realidade.
Fim da linha tênue
Pouso forçado na pista
De quatro paredes abstratas
Volto ao eu repugnante
Atirado ao pó da solidão
Esvaindo-me em nada
Esperando, pacientemente
O suspiro final
A partida para a ilusão eterna
E libertadora do adeus.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010



La fora as horas passam
Aqui dentro, me afundo na solidão amarga
Me perco em pensamentos mortíferos
Sem lágrimas ou sangue
Reconheço o que não poderia ser vida ou morte
Um silêncio sepulcral invade este campo
Permaneço em mim
E ele vem, por dentre a penumbra
Escondido nas sombras
Seu beijo tem gosto de trevas
Seus olhos brilhantes me enfeitiçam
Já não sei o que foi ou que virá
Perdido em uma dimensão infernal
Clamo piedade, em desespero mortal
Já não vivo, já não sou eu
Um espírito só
Vagando dentre sepulturas
Exalando odor pútrido
Trôpego entre cadáveres dilacerados
E esquecidos na vergonha do fim
As feras me perseguem
E a noite soturna
Me acalenta na bruma da morte
Os sons da partida adormecem o que ainda se faz vivo
E um abismo que se dimensiona
Hora a hora
Me separa da realidade
Desgraçado na imundice
Viajo na imensidão da morte
Para o fim de todos os lamentos
Até os séculos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tarde Chuvosa

Os fins de tarde chuvosos
Me fazem muito mal
Sinto como se tudo
Voltasse a mim
É como machucar
Uma velha ferida
Aí, as lágrimas
Inevitavelmente vêm
Foi numa tarde
Como a de hoje
Escura e fria
Que tudo começou
Foi ali que dei a minha vida
Te entreguei rosas azuis
E você as manchou com sangue
Não é só o frio
Que faz na cidade
Por essas épocas que me incomoda
É o frio que sinto aqui dentro
Que me acaba
Esses fins de tarde chuvosos
Sempre me fazem lembrar
É como se pudesse ouvir
Cada batida que meu coração
Cantou aquele dia
Poderia escrever
Cada palavra
Que saiu da minha boca
Tudo começou ali
E o frio que fazia
Naquele momento
Parece nunca ir embora
Eu continuo marcado
Sempre esperando a chuva passar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Estrelas

Sempre que me sinto sozinho
Eu converso com as estrelas
Sento num chão frio ou
Olho da minha janela
E vislumbro-as no
Imenso céu em cor de azul marinho
Elas nunca dizem uma palavra sequer
Mas me olham com tanta atenção
Que sempre sei que me entendem
Tristes são as noites
Em que elas não vêm
É como observar uma tela
Sem pintura
É quase um corpo sem alma
Só me resta o chorar
Mas se elas lá estão
Emprestam luz ao meu olhar
E nenhum caminho é sozinho
Só me resta o caminhar.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Meu Quarto (Rascunho do dia)

Bom, depois de quase meio século sem postar, volto com minha melancolia rotineira. Nada de poemas apaixonados ok?!


No quarto escuro onde vivo, tenho a visão do mundo apenas por uma janela. Daqui, vejo as pessoas seguirem, o mundo evoluir, as idéias se proliferarem, assim como as pragas, os males, as tristezas. A tudo vejo, sempre contemplativo, mas uma parede forte me separa de tudo isso. E a pior de todas as coisas, eu apenas vejo, mas eles a mim, nunca vêem. Passam o tempo todo diante de meus olhos e nem sabem que eu os observo, que vejo seu sorriso e invejo, assim como vejo também suas lágrimas e lamento.
Meu castigo é o confinamento neste quarto, podendo ver a luz, sem jamais poder alcançá-la. E jamais ser visto, não ter quem por mim chore. Viver e morrer neste quarto.


Obs: Amanhã posto algo mais elaborado. Beijos cálidos

domingo, 29 de agosto de 2010

Para um amor inexistente

Isso não deveria estar sendo postado aqui, mas enfim, deu vontade, postei.

Todos os meus sentidos
Chamam você
Transpiro seu cheiro
Respiro o ar que te rodeia
Piso com seus pés
Estou vivendo você
Essa noite é a mais especial
Pois o céu ergueu um palco
Onde a estrela mais brilhante é você
E todas as outras se rendem
Porque são meus olhos brilhando ao te ver
O cheiro que invade toda a atmosfera
É o perfume do meu amor
Derramando minha alma
Que te deseja mais que tudo
O que bate em meu peito
É o seu coração
Estou vivendo você
E essa noite será eterna
Nos seus braços eu adormeço
Sonho com teu amor
E tudo viverá, para sempre.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ocultar as Intenções

Uma das leis do poder, é ocultar suas intenções enquanto está pretendendo algo. No jogo da conquista e sedução, isto é imprescindível. Vamos lá.
Quando as pessoas não sabem o que você pretende, não podem preparar uma defesa. Levá-los pelo caminho errado, envolvê-las em bastante fumaça, usar de pistas falsas e até sinais ambíguos, é o que fará toda a diferença durante o jogo.
Pense que aquela pessoa que você quer conquistar é uma cidadela forte e, para derrubá-la, você precisará agir com a astúcia de um general de guerra. Precisará de estratégias.
Aborde o outro com uma certa indiferença. Haja com ele dando a entender que ele é um amigo, jamais amante, para despistar as intenções. Quando ele já estiver confuso sobre suas intenções, cause ciúmes.
Veja bem, como mulher e curiosa que sou, posso dizer que uma mulher que está interessada em um homem, quer ver que as outras mulheres têm o mesmo interesse. Isso confere, automaticamente, ao homem um certo "valor". Sem contar, que a mulher interessada alimenta uma certa satisfação em arrancá-lo das outras. Como um triunfo pessoal e, ao mesmo tempo, público.
Jamais esqueça que "confusão emocional", é o pré-requisito para a sedução. Se ele não pode prever seus movimentos, não poderá seguir seus passos, muito menos compreender o que quer realmente.
Homem e mulher são muito diferentes, isso é óbvio, mas quando se trata de sedução, sentem a mesma coisa. Lá no fundo, quase sempre percebem que estão sendo seduzidos e gostam da sensação de estarem sendo levados. É sempre um prazer se entregar nas mãos de quem o leve pra passear por terras estranhas.
Não podemos anunciar diretamente nossa intenção nas palavras. Para se entregar à sua orientação, o outro deve estar adequadamente confuso. Afinal, quando não se sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Fingir interesse em outro homem ou mulher, no caso a isca, depois mostrar interesse no alvo, aí fingir indiferença, fazendo isso repetidas vezes. Esse comportamento, além de confundir excita.
Espere que a presa esteja totalmente vulnerável a você, para assim atacar. Mas não se precipite. Jogue lentamente até a hora do checkmate. Entregar a intenção antes do tempo, irá jogar um banho de água fria na sedução e estará posto tudo à perder. As pessoas gostam e querem ser seduzidas, principalmente através de jogos. Às vezes, qualquer emoção é melhor que a monotonia da segurança.

sábado, 14 de agosto de 2010

Pensamento III

Não aceito que me tachem como errada, como avessa ou rebelde.
Sou rebelde porquê não quero seguir uma religião que limite e defina meus atos?
Sou rebelde porquê não acredito nessa coisa de achar o homem certo e casar?
Sou rebelde porquê decidi me embebedar quando tava numa pior?
Ou será que é pelo fato de gostar de garotos e garotas?
Eu sou mesmo rebelde porquê decidi fazer minhas próprias escolhas e descobertas como ser humano?
Essa é uma culpa que me recuso a carregar, definitivamente não quero.
Não existe verdade absoluta, tudo é relativo. A verdade de cada um nasce a partir daquilo que este quer para si, a partir da forma de vida que decide levar. Não tendo que ser estigmatizado como deturpador do que parece correto.
O homem que tem seus desejos e sentimentos reprimidos, torna-se prisioneiro do mundo, torna-se infeliz. Como diz uma música: Paz sem voz, não é paz é medo.
Balsfêmia é querermos, a todo custo, enfiar guela à baixo nossa infame e irreal verdade ao outro, que certamente crê naquilo que lhe convém.
Se você está no meio de seu rio de crenças e acha que os que pensam e crêem diferente disso, se encontram em sua margem, saiba que o seu rio pode ser a margem daquele que está a sua margem. Tudo é relativo e toda escolha, vem do direito que cada alma, por ser única, se dá para que exista vida.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

"Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi."
(Mário de Andrade)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dizia a um amigo, dia atrás...

que a paixão é como uma droga
e que hoje ele ainda sofre pq os resquícios dessa droga letal continuam correndo em suas veias.
Mas que em breve o sangue vai estar limpo outra vez, esperando ser injetado por uma droga mais forte que a anterior.
Esse é o ciclo.

domingo, 25 de julho de 2010

Pensamento II

Tenho pensado por estes dias: O que é interessante, de fato, nesta vida? Por todos os lados que observo, não encontro nada que me faça brilhar os olhos.
O mundo está tão desgastado e desinteressante, que tudo me dá a certeza de viver em um espaço irreal. Acho que tudo, na verdade, é apenas nada. Aqui as pessoas são medíocres, se deleitam da infelicidade, da humilhação e da maldade alheias. Cultuam, com ardente paixão, os sentimentos de individualismo e egoísmo. Matam os seus e, consequentemente, a si matam também.
Nesse lugar, os sábios são ridicularizados pelos donos da "razão". Agora, o conhecimento é superior ao sentimento e as leis estabelecidas para alcançar a felicidade, superiores à própria felicidade.
Me sinto perdida no meio da confusão de ferozes verdades. Parece não haver caminho ou saída alguma, a não ser tornar-se invisível a eles. As minhas crenças estão sepultadas para todos e eles me tem por louca.

domingo, 18 de julho de 2010

A noite do fim

Naquela noite, não haviam estrelas
No céu, nem havia luar
O vento não soprava como de costume
As velhas canções noturnas se faziam ausentes
Apenas a solidão envolvia
As mãos frias e magras
E o silêncio acompanhava
Os passos trôpegos daquela alma
Naquela noite, já não havia brisa
Nem cores no céu haviam
Só a lembrança típica do adeus
E a certeza constante do vago
Não havia futuro
Nem restava esperança
E no fim daquela estranha e escura noite...
Acabou,
Já não havia vida
Já não havia alma.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Apenas um espectro, numa dimensão desconhecida, é o que sou.
Corrupto pelo ódio e arraigado na dor eterna.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Do encontro à realidade

Não sei dizer como cheguei
Até aqui
Nem me lembro dos primeiros
Passos que dei
Isso tudo foi como
Um sonambulismo agudo
Quando acordei
Só pude ver os rastros
Da tragédia
É como uma febre interminável
E uma dor incessante
Aguçadas por um medo
Que percorre cada milímetro
Do meu corpo.
Até meu espírito estremece
Por esse desespero
Ao redor não vejo
Nenhuma mão que se estende
A mim, nem mesmo por pena.
Realmente,
Não sei dizer como cheguei
Até aqui
Mas sei que meu fim
Se aproxima lento
Para que eu possa provar da dor
Por mais tempo.
Queria correr e gritar
Meu sofrimento ao mundo
Mas preciso me esconder
Em palavras.
Correr ao meu velho caderno
Durante a noite
Escrever em sangue o que tenho vivido.
Não consigo mais suportar a vida
Nem essa, nem qualquer outra
Me acostumei com a solidão
Desse lugar.
Tão escuro, tão frio e vazio
Que adormece agora.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Esta é a sensação de percorrer o infinito
De seguir o inalcansável
De buscar o que não se pode ver
Nem ouvir, nem sentir...
Aquilo que apenas existe em meu pensar
Que se faz ímpar em meu coração
O que me faz um louco sonhador
De um insaciável querer
Abstrato na escuridão
Do nada...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Por que hoje o dia
Parece tão escuro
E o céu de uma cor tão cinza?
Da minha janela
Posso ver as folhas no chão
E o outono da minha vida chegando
Sempre que sinto um frio
É como se não existisse mais nada
Ou alguém
É tudo tão triste
Que sinto vontade de chorar.
Tudo está passando
E eu estou indo embora
Não faço questão de ficar, não hoje
Em alguma primavera fui feliz
E nada é pra sempre, tudo sempre vai.
Olhando meu espelho
Me sinto um ser desconhecido
Pálido, fraco e sozinho
E o ar que envolve minhas narinas
É tão sensual
Meus sentidos todos perdidos agora
Só me resta essa cor de cinzas
E a minha própria imagem,
Perdida.

quinta-feira, 13 de maio de 2010



Eu fico aqui, sozinho
Vendo as horas frias e apáticas
Passarem lentamente
Meu quarto está escuro e a casa toda, vazia.
O silêncio me parece a mais bela melodia para a alma
Antes, em tempos mais dramáticos
Todo esse nada
Era como uma tortura cruel
As lágrimas testificavam meu sofrimento
Meus soluços, falavam pela dor
Mas o tempo, esse mesmo das horas frias e apáticas
Juntamente com alguns muros de verdades
Que tive que derribar
Me trouxeram a um estado mais brando
Certos estigmas permanecem
E a cada dia mais evidentes
No entanto, o fato de ser um louco
Para os demais
Já não me incomoda
Nem os rostos virados
E as vozes que poupam em dirigir a minha pessoa
Tudo parece tão combinatório e repetitivo
Tudo tão previsível
Que já não me faz diferença alguma.
Enquanto tudo gira e volta ao mesmo lugar
Eu fico aqui, sozinho
Magnificado com minha solidão mística
Envolto em belas letras e melodias
Usando de minha ciência
Preenchendo velhos diários
Saboreando o gosto da melancolia
E eis que as horas continuam a passar
Levando consigo toda sentido de minha existência.
"A beleza salvará o mundo". (Dostoievsk)

quarta-feira, 12 de maio de 2010


Existe no mundo
Coisa mais triste que saber da verdade exata?
A verdade de que não sou eu
Mais que nada
Que no fundo
Todas as minhas leis e crenças
São loucuras e pensamentos desvairados
Que não possuem fundamento algum
A não ser aquele que eu mesmo
Tenho me obrigado a aceitar.
Coisa mais penosa essa
Eu descobri e sei da verdade
Agora, mais que antes
Sei que a verdade não liberta
Ela me condiciona
Ao parasitismo
Às aceitações sem porquês
Hoje sei que a verdade é
Nada mais que a mentira inventada
Em toda a essência humana.

Pensamento I

Nesses dias de exaustivo sofrimento, me tenho permitido uma reflexão e cá entre nós, é desoladora a conclusão à que cheguei não muito diferente das tantas que aqui vos tenho dado a conhecer.
Pois bem, andei pensando nas relações humanas e nas conseqüências desastrosas que elas deixam, talvez eu pense assim pela insipiência de minha existência aos demais, mas isso já é para outro assunto. Retomando ao que queria dizer-lhes, devo alertar à todos que quanto mais nos dedicamos há uma pessoa e quanto maior o afeto, o respeito e o bom sentimento que lhe prestamos, mais estarrecedora será a forma com a qual ela irá nos desapontar. Bem exprimiu Shakspeare quando disse: “não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam”. Quando você menos esperar, será traído e machucado por quem mais ama, essa é uma verdade inquestionável. Nem me atrevo a dizer que o outrem o faça por mover de sua própria consciência, pois o homem em sua natureza já é um ser ingrato e seria a te mesmo uma questão de lógica a ser usada para compreendermos esse fato do qual vos falo. Pois se nos afeiçoamos tanto à uma pessoa, é normal que dela esperemos bem mais do que esperaríamos de qualquer outra e, assim, o mínimo ato contrário às nossas expectativas, causam um tremendo estardalhaço em nossos corações, resultando em um demasiado sofrimento. Digo-vos mais queridos, é necessário cingirmo-nos de força e auto-suficiência para resistir a tão amarga situação. Sim, a auto-suficiência é a grande arma. Quando nos damos conta do quanto somos imensamente necessários e importantes, somente aí, é que podemos nos dizer aptos a atravessar uma rejeição, uma traição ou qualquer outro desafeto dos que amamos. Somos tão mutantes como uma larva que se torna em borboleta. Possuímos como prêmio da vida o poder de renovarmo-nos a cada dia. A dor sempre será inevitável e irremediável, o sangue sempre irá manchar a esperança e as lágrimas regar o coração, mas no derradeiro momento, quando a dor parecer inumana, aí então uma nova mutação acontecerá e agora, mais forte e enrijecido pelos golpes ferinos da vida, estarás de pé.
A vida trará inumeravelmente, cada vez mais pessoas até você e te permitirá amar, mas nunca esqueça: aquele que está ao teu lado agora, logo irá te magoar. Se alguém amar-te, também irás machucar, pois és humano e não podes fugir ou negar tua natureza.
Pois bem, podes até não concordares com o que vos direi, mas ainda assim direi. Os melhores dentre nós, estão designados às maiores traições, os que mais se dispõem ao amor e ao bem, ah! Esses muito têm a penar. Quanto mais me ponho a pensar e me aprofundar em indagações sobre o humano, maiores são meus motivos para descrer no homem. Não entendes? Digo isso por pensar nos que muito são penalizados por amar, pois os que são amados por estes, involuntariamente usam de seu sentimento, até ao cansaço e assim os apunhalam coma voracidade de um animal trevoso. Então, quem muito ama, muito, em demasia sofre.