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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tarde Chuvosa

Os fins de tarde chuvosos
Me fazem muito mal
Sinto como se tudo
Voltasse a mim
É como machucar
Uma velha ferida
Aí, as lágrimas
Inevitavelmente vêm
Foi numa tarde
Como a de hoje
Escura e fria
Que tudo começou
Foi ali que dei a minha vida
Te entreguei rosas azuis
E você as manchou com sangue
Não é só o frio
Que faz na cidade
Por essas épocas que me incomoda
É o frio que sinto aqui dentro
Que me acaba
Esses fins de tarde chuvosos
Sempre me fazem lembrar
É como se pudesse ouvir
Cada batida que meu coração
Cantou aquele dia
Poderia escrever
Cada palavra
Que saiu da minha boca
Tudo começou ali
E o frio que fazia
Naquele momento
Parece nunca ir embora
Eu continuo marcado
Sempre esperando a chuva passar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Estrelas

Sempre que me sinto sozinho
Eu converso com as estrelas
Sento num chão frio ou
Olho da minha janela
E vislumbro-as no
Imenso céu em cor de azul marinho
Elas nunca dizem uma palavra sequer
Mas me olham com tanta atenção
Que sempre sei que me entendem
Tristes são as noites
Em que elas não vêm
É como observar uma tela
Sem pintura
É quase um corpo sem alma
Só me resta o chorar
Mas se elas lá estão
Emprestam luz ao meu olhar
E nenhum caminho é sozinho
Só me resta o caminhar.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Meu Quarto (Rascunho do dia)

Bom, depois de quase meio século sem postar, volto com minha melancolia rotineira. Nada de poemas apaixonados ok?!


No quarto escuro onde vivo, tenho a visão do mundo apenas por uma janela. Daqui, vejo as pessoas seguirem, o mundo evoluir, as idéias se proliferarem, assim como as pragas, os males, as tristezas. A tudo vejo, sempre contemplativo, mas uma parede forte me separa de tudo isso. E a pior de todas as coisas, eu apenas vejo, mas eles a mim, nunca vêem. Passam o tempo todo diante de meus olhos e nem sabem que eu os observo, que vejo seu sorriso e invejo, assim como vejo também suas lágrimas e lamento.
Meu castigo é o confinamento neste quarto, podendo ver a luz, sem jamais poder alcançá-la. E jamais ser visto, não ter quem por mim chore. Viver e morrer neste quarto.


Obs: Amanhã posto algo mais elaborado. Beijos cálidos