Visitante Nº

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Por que hoje o dia
Parece tão escuro
E o céu de uma cor tão cinza?
Da minha janela
Posso ver as folhas no chão
E o outono da minha vida chegando
Sempre que sinto um frio
É como se não existisse mais nada
Ou alguém
É tudo tão triste
Que sinto vontade de chorar.
Tudo está passando
E eu estou indo embora
Não faço questão de ficar, não hoje
Em alguma primavera fui feliz
E nada é pra sempre, tudo sempre vai.
Olhando meu espelho
Me sinto um ser desconhecido
Pálido, fraco e sozinho
E o ar que envolve minhas narinas
É tão sensual
Meus sentidos todos perdidos agora
Só me resta essa cor de cinzas
E a minha própria imagem,
Perdida.

quinta-feira, 13 de maio de 2010



Eu fico aqui, sozinho
Vendo as horas frias e apáticas
Passarem lentamente
Meu quarto está escuro e a casa toda, vazia.
O silêncio me parece a mais bela melodia para a alma
Antes, em tempos mais dramáticos
Todo esse nada
Era como uma tortura cruel
As lágrimas testificavam meu sofrimento
Meus soluços, falavam pela dor
Mas o tempo, esse mesmo das horas frias e apáticas
Juntamente com alguns muros de verdades
Que tive que derribar
Me trouxeram a um estado mais brando
Certos estigmas permanecem
E a cada dia mais evidentes
No entanto, o fato de ser um louco
Para os demais
Já não me incomoda
Nem os rostos virados
E as vozes que poupam em dirigir a minha pessoa
Tudo parece tão combinatório e repetitivo
Tudo tão previsível
Que já não me faz diferença alguma.
Enquanto tudo gira e volta ao mesmo lugar
Eu fico aqui, sozinho
Magnificado com minha solidão mística
Envolto em belas letras e melodias
Usando de minha ciência
Preenchendo velhos diários
Saboreando o gosto da melancolia
E eis que as horas continuam a passar
Levando consigo toda sentido de minha existência.
"A beleza salvará o mundo". (Dostoievsk)

quarta-feira, 12 de maio de 2010


Existe no mundo
Coisa mais triste que saber da verdade exata?
A verdade de que não sou eu
Mais que nada
Que no fundo
Todas as minhas leis e crenças
São loucuras e pensamentos desvairados
Que não possuem fundamento algum
A não ser aquele que eu mesmo
Tenho me obrigado a aceitar.
Coisa mais penosa essa
Eu descobri e sei da verdade
Agora, mais que antes
Sei que a verdade não liberta
Ela me condiciona
Ao parasitismo
Às aceitações sem porquês
Hoje sei que a verdade é
Nada mais que a mentira inventada
Em toda a essência humana.

Pensamento I

Nesses dias de exaustivo sofrimento, me tenho permitido uma reflexão e cá entre nós, é desoladora a conclusão à que cheguei não muito diferente das tantas que aqui vos tenho dado a conhecer.
Pois bem, andei pensando nas relações humanas e nas conseqüências desastrosas que elas deixam, talvez eu pense assim pela insipiência de minha existência aos demais, mas isso já é para outro assunto. Retomando ao que queria dizer-lhes, devo alertar à todos que quanto mais nos dedicamos há uma pessoa e quanto maior o afeto, o respeito e o bom sentimento que lhe prestamos, mais estarrecedora será a forma com a qual ela irá nos desapontar. Bem exprimiu Shakspeare quando disse: “não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam”. Quando você menos esperar, será traído e machucado por quem mais ama, essa é uma verdade inquestionável. Nem me atrevo a dizer que o outrem o faça por mover de sua própria consciência, pois o homem em sua natureza já é um ser ingrato e seria a te mesmo uma questão de lógica a ser usada para compreendermos esse fato do qual vos falo. Pois se nos afeiçoamos tanto à uma pessoa, é normal que dela esperemos bem mais do que esperaríamos de qualquer outra e, assim, o mínimo ato contrário às nossas expectativas, causam um tremendo estardalhaço em nossos corações, resultando em um demasiado sofrimento. Digo-vos mais queridos, é necessário cingirmo-nos de força e auto-suficiência para resistir a tão amarga situação. Sim, a auto-suficiência é a grande arma. Quando nos damos conta do quanto somos imensamente necessários e importantes, somente aí, é que podemos nos dizer aptos a atravessar uma rejeição, uma traição ou qualquer outro desafeto dos que amamos. Somos tão mutantes como uma larva que se torna em borboleta. Possuímos como prêmio da vida o poder de renovarmo-nos a cada dia. A dor sempre será inevitável e irremediável, o sangue sempre irá manchar a esperança e as lágrimas regar o coração, mas no derradeiro momento, quando a dor parecer inumana, aí então uma nova mutação acontecerá e agora, mais forte e enrijecido pelos golpes ferinos da vida, estarás de pé.
A vida trará inumeravelmente, cada vez mais pessoas até você e te permitirá amar, mas nunca esqueça: aquele que está ao teu lado agora, logo irá te magoar. Se alguém amar-te, também irás machucar, pois és humano e não podes fugir ou negar tua natureza.
Pois bem, podes até não concordares com o que vos direi, mas ainda assim direi. Os melhores dentre nós, estão designados às maiores traições, os que mais se dispõem ao amor e ao bem, ah! Esses muito têm a penar. Quanto mais me ponho a pensar e me aprofundar em indagações sobre o humano, maiores são meus motivos para descrer no homem. Não entendes? Digo isso por pensar nos que muito são penalizados por amar, pois os que são amados por estes, involuntariamente usam de seu sentimento, até ao cansaço e assim os apunhalam coma voracidade de um animal trevoso. Então, quem muito ama, muito, em demasia sofre.