Visitante Nº

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Atormentado

Portas e janelas se fecham
Enquanto um súbito desespero
Revela tudo o que há por trás de seus olhos rasgados
Tão atormentado,
Ele se deixa levar nos braços da noite
Roucas vozes perturbam seu silêncio
As vertigens sempre mais fortes e concisas
O deixam à beira do precipício da loucura
Ele é apenas um corpo sem vida
Uma voz sem som
A real projeção do inexistente
Frente a frente com sua decadência
Sente medo
E sabe que não há destino algum a se chegar
O adeus da última noite
Lhe trouxe saudade
Como nunca antes, deseja voltar
Mas já não há caminho de volta
Os ventos da madrugada apagaram
Os rastros e pistas deixados
Sente que acabou, mais uma
De tantas vezes.
Tão atormentado
Decide fechar os olhos
Precisa sonhar com a luz que entrará
Pelas frestas das portas e janelas
Tão sozinho,
Se deixa embebedar em suas lágrimas
Já espera o que não virá
E mergulha eternamente
Na ilusão de um novo dia.