Visitante Nº

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Atormentado

Portas e janelas se fecham
Enquanto um súbito desespero
Revela tudo o que há por trás de seus olhos rasgados
Tão atormentado,
Ele se deixa levar nos braços da noite
Roucas vozes perturbam seu silêncio
As vertigens sempre mais fortes e concisas
O deixam à beira do precipício da loucura
Ele é apenas um corpo sem vida
Uma voz sem som
A real projeção do inexistente
Frente a frente com sua decadência
Sente medo
E sabe que não há destino algum a se chegar
O adeus da última noite
Lhe trouxe saudade
Como nunca antes, deseja voltar
Mas já não há caminho de volta
Os ventos da madrugada apagaram
Os rastros e pistas deixados
Sente que acabou, mais uma
De tantas vezes.
Tão atormentado
Decide fechar os olhos
Precisa sonhar com a luz que entrará
Pelas frestas das portas e janelas
Tão sozinho,
Se deixa embebedar em suas lágrimas
Já espera o que não virá
E mergulha eternamente
Na ilusão de um novo dia.




sábado, 4 de junho de 2011

Sobre o tempo

Como já dizia a música: “tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo, tudo muda o tempo todo”. Quantas coisas e oportunidades deixamos escapar ao longo de uma vida? Muitas delas sem motivo, somente por deixar o tempo passar. O grande problema, é que o tempo é impetuoso e breve e as oportunidades são viajantes perdidos.
Parar para pensar no amor que tanto se rejeitou e hoje se deseja mais que tudo, nas atitudes que deveriam ter sido tomadas ou nas cartas que poderiam ter sido lançadas naquele jogo. Tudo isso é como se o passado viesse materializado num carrasco tenebroso machucar o presente e o pensamento do que poderia ter sido, de como poderia ter sido é o sangue que escorrer sem parar.
Quantas vezes a prudência de esperar um pouco mais foi a porta para uma sala vazia, sem paredes ou chão? E quantas mais, a velha mania de deixar rolar, brotou mais tarde como um enorme sentimento de perda, seguido da petição desesperada e silenciosa: como eu queria...?
A parte do consolo, é que logo mais, amanhã, um novo dia irá nos trazer a oportunidade de um novo ciclo. Sim, porque o ciclo recomeça a cada dia, a chance perdida de ontem, o amor desperdiçado e tudo quanto foi deixado e abortado, se torna o impulso para um novo sonho, bem mais maduro e melhorado, no entanto agora, seguido de uma atitude.
Se hoje, o tempo te amar e te achar merecedor de um prêmio qualquer, não apenas abra os braços esperando por ele, mas agarre-o pela cintura, como se fosse a sua garota ou o seu garoto e dê você o abraço, daqueles apertados que não deixam escapar mesmo. Só não espere mais, porque o tempo vai passar e corações mudam, estações passam e o que é já não será.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Quando o vento sopra
Parece levar consigo cada fragmento
Que compõe minha alma
Estou descomposto
Já se perde de mim a razão
Esse caminho parece
Nem ter volta
Minhas idéias se perderam
Ao longo dele
Lágrima já não há
O sofrimento nem ao menos me perturba
Só o silêncio, que parece
Me dizer a respeito do fim
Devo seguir e seguirei
Sem dor, sem amor
Sem razão e sem alma.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mais uma vez gostaria de agradecer a companhia da galera que sempre visita o blog e posta comentários. E dizer que em breve voltarei a postar regularmente. Ando com um tempo corrido, mas assim que possível haverão novas postagens. Beijos cálidos a todos.

domingo, 31 de outubro de 2010

Enquanto as ondas quebram na praia
Meus pensamentos vêm e se dissolvem
Na areia limpa e vazia
Foram sonhos, desejos, amores
Todos foram e se foram
Enquanto o sol se põe
Meus olhos se enchem de luz
Lágrimas brilhantes refletem
Talvez a solidão, quem sabe a alegria
Do instante precioso
Na graça do perfeito balé de águas marrons
No movimento suave das nuvens passageiras
Tudo ganha sentido
Tudo se faz valer
Cada passo até aqui
Cada tropeço convertido em lição
Todas as manhãs e tardes e noites
Que caminhei na estrada de sonhos
Agora, só por agora
De repente, neste instante
Tudo tem um por que
Inexplicavelmente, cada um toma seu lugar
E meu espírito é invadido de uma paz
Outrora distante
Eu sou o fruto da perfeição
Da felicidade contida em dias amargos
Hoje, mais que qualquer outro dia
Sei que vivo
Compreendo as batidas que sinto no peito
Sei, agora, de onde elas vêm
E o som que reproduzem
Falam de paz, de esperança
Sou tudo que vive
Sou tudo o que preciso
Vivendo, desde hoje
Para todo o sempre
Até o fim do dia.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Atmosfera pesada
Ar rarefeito às minhas narinas
O tempo, demasiadamente, compassado
Me faz perceber que estou saboreando
Cuidadosamente, ao estilo de um degustador profissional
Minha própria morte.
Tragando meu último cigarro
Enchendo meus pulmões de caos
A brisa noturna invade minha sala
Exalando cheiro de folhas secas
Me perco, confundido
No esquecimento da hora passada.
Logo resurjo em pequenas doses
Que penetram minhas veias
Violentando minha pele
Agora arrasada.
Gotas de euforia
Pequena e finita ilusão
Num súbito vôo alucinante
Sou um herói
Numa era apocalíptica
Um redentor do sofrimento
Um cantante de fulgor
Risos desvairados tomam o lugar
Do silêncio sepulcral
Delírios de uma noite morta
Paixão tardia de um animal covarde
Sanidade louca
Fuga da realidade.
Fim da linha tênue
Pouso forçado na pista
De quatro paredes abstratas
Volto ao eu repugnante
Atirado ao pó da solidão
Esvaindo-me em nada
Esperando, pacientemente
O suspiro final
A partida para a ilusão eterna
E libertadora do adeus.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010



La fora as horas passam
Aqui dentro, me afundo na solidão amarga
Me perco em pensamentos mortíferos
Sem lágrimas ou sangue
Reconheço o que não poderia ser vida ou morte
Um silêncio sepulcral invade este campo
Permaneço em mim
E ele vem, por dentre a penumbra
Escondido nas sombras
Seu beijo tem gosto de trevas
Seus olhos brilhantes me enfeitiçam
Já não sei o que foi ou que virá
Perdido em uma dimensão infernal
Clamo piedade, em desespero mortal
Já não vivo, já não sou eu
Um espírito só
Vagando dentre sepulturas
Exalando odor pútrido
Trôpego entre cadáveres dilacerados
E esquecidos na vergonha do fim
As feras me perseguem
E a noite soturna
Me acalenta na bruma da morte
Os sons da partida adormecem o que ainda se faz vivo
E um abismo que se dimensiona
Hora a hora
Me separa da realidade
Desgraçado na imundice
Viajo na imensidão da morte
Para o fim de todos os lamentos
Até os séculos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tarde Chuvosa

Os fins de tarde chuvosos
Me fazem muito mal
Sinto como se tudo
Voltasse a mim
É como machucar
Uma velha ferida
Aí, as lágrimas
Inevitavelmente vêm
Foi numa tarde
Como a de hoje
Escura e fria
Que tudo começou
Foi ali que dei a minha vida
Te entreguei rosas azuis
E você as manchou com sangue
Não é só o frio
Que faz na cidade
Por essas épocas que me incomoda
É o frio que sinto aqui dentro
Que me acaba
Esses fins de tarde chuvosos
Sempre me fazem lembrar
É como se pudesse ouvir
Cada batida que meu coração
Cantou aquele dia
Poderia escrever
Cada palavra
Que saiu da minha boca
Tudo começou ali
E o frio que fazia
Naquele momento
Parece nunca ir embora
Eu continuo marcado
Sempre esperando a chuva passar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Estrelas

Sempre que me sinto sozinho
Eu converso com as estrelas
Sento num chão frio ou
Olho da minha janela
E vislumbro-as no
Imenso céu em cor de azul marinho
Elas nunca dizem uma palavra sequer
Mas me olham com tanta atenção
Que sempre sei que me entendem
Tristes são as noites
Em que elas não vêm
É como observar uma tela
Sem pintura
É quase um corpo sem alma
Só me resta o chorar
Mas se elas lá estão
Emprestam luz ao meu olhar
E nenhum caminho é sozinho
Só me resta o caminhar.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Meu Quarto (Rascunho do dia)

Bom, depois de quase meio século sem postar, volto com minha melancolia rotineira. Nada de poemas apaixonados ok?!


No quarto escuro onde vivo, tenho a visão do mundo apenas por uma janela. Daqui, vejo as pessoas seguirem, o mundo evoluir, as idéias se proliferarem, assim como as pragas, os males, as tristezas. A tudo vejo, sempre contemplativo, mas uma parede forte me separa de tudo isso. E a pior de todas as coisas, eu apenas vejo, mas eles a mim, nunca vêem. Passam o tempo todo diante de meus olhos e nem sabem que eu os observo, que vejo seu sorriso e invejo, assim como vejo também suas lágrimas e lamento.
Meu castigo é o confinamento neste quarto, podendo ver a luz, sem jamais poder alcançá-la. E jamais ser visto, não ter quem por mim chore. Viver e morrer neste quarto.


Obs: Amanhã posto algo mais elaborado. Beijos cálidos

domingo, 29 de agosto de 2010

Para um amor inexistente

Isso não deveria estar sendo postado aqui, mas enfim, deu vontade, postei.

Todos os meus sentidos
Chamam você
Transpiro seu cheiro
Respiro o ar que te rodeia
Piso com seus pés
Estou vivendo você
Essa noite é a mais especial
Pois o céu ergueu um palco
Onde a estrela mais brilhante é você
E todas as outras se rendem
Porque são meus olhos brilhando ao te ver
O cheiro que invade toda a atmosfera
É o perfume do meu amor
Derramando minha alma
Que te deseja mais que tudo
O que bate em meu peito
É o seu coração
Estou vivendo você
E essa noite será eterna
Nos seus braços eu adormeço
Sonho com teu amor
E tudo viverá, para sempre.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ocultar as Intenções

Uma das leis do poder, é ocultar suas intenções enquanto está pretendendo algo. No jogo da conquista e sedução, isto é imprescindível. Vamos lá.
Quando as pessoas não sabem o que você pretende, não podem preparar uma defesa. Levá-los pelo caminho errado, envolvê-las em bastante fumaça, usar de pistas falsas e até sinais ambíguos, é o que fará toda a diferença durante o jogo.
Pense que aquela pessoa que você quer conquistar é uma cidadela forte e, para derrubá-la, você precisará agir com a astúcia de um general de guerra. Precisará de estratégias.
Aborde o outro com uma certa indiferença. Haja com ele dando a entender que ele é um amigo, jamais amante, para despistar as intenções. Quando ele já estiver confuso sobre suas intenções, cause ciúmes.
Veja bem, como mulher e curiosa que sou, posso dizer que uma mulher que está interessada em um homem, quer ver que as outras mulheres têm o mesmo interesse. Isso confere, automaticamente, ao homem um certo "valor". Sem contar, que a mulher interessada alimenta uma certa satisfação em arrancá-lo das outras. Como um triunfo pessoal e, ao mesmo tempo, público.
Jamais esqueça que "confusão emocional", é o pré-requisito para a sedução. Se ele não pode prever seus movimentos, não poderá seguir seus passos, muito menos compreender o que quer realmente.
Homem e mulher são muito diferentes, isso é óbvio, mas quando se trata de sedução, sentem a mesma coisa. Lá no fundo, quase sempre percebem que estão sendo seduzidos e gostam da sensação de estarem sendo levados. É sempre um prazer se entregar nas mãos de quem o leve pra passear por terras estranhas.
Não podemos anunciar diretamente nossa intenção nas palavras. Para se entregar à sua orientação, o outro deve estar adequadamente confuso. Afinal, quando não se sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Fingir interesse em outro homem ou mulher, no caso a isca, depois mostrar interesse no alvo, aí fingir indiferença, fazendo isso repetidas vezes. Esse comportamento, além de confundir excita.
Espere que a presa esteja totalmente vulnerável a você, para assim atacar. Mas não se precipite. Jogue lentamente até a hora do checkmate. Entregar a intenção antes do tempo, irá jogar um banho de água fria na sedução e estará posto tudo à perder. As pessoas gostam e querem ser seduzidas, principalmente através de jogos. Às vezes, qualquer emoção é melhor que a monotonia da segurança.