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terça-feira, 6 de janeiro de 2009


O Final

Eu respiro fundo em intervalos muito curtos de tempo
Respiro fundo para segurar a dor, para evitar as lágrimas
Tento ouvir com a mente o que os ouvidos não conseguem
Grito com a alma, aquilo que minha voz não reproduz
Na garganta sinto entalados todos os meus ais
Procuro uma simples explicação
Uma única luz no fim de um túnel qualquer
Estou andando em círculos nesse quarto escuro
Meu pensamento me permite voar longe
Mas pousar em lugar algum
E se alguém nesse inferno me aceitasse?
Se uma mão só se me estendesse em socorro?
A cada suspiro vejo mais distante a esperança
A cada círculo completo, neste quarto
Volto ao início do que está sendo meu fim
Quem sou eu?
O que sou eu?
Pobre criação, do que acredito ser divino
Lástima esquecida
Uma mente algoz num corpo puro
Corro até o abismo dos sonhos perdidos
Quanta agonia tenho agora
Em meu pobre diário vital
Escrevo em púrpura a trajetória obscena
Feita com pecado
De meus dias voluptuosos
E com palavras perdidas
Encerro num sutil corte preciso
O grande mal do existir
Só sinto agora o sangue que escorre
E tudo tão mais soturno
Meu último suspirar.

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