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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Do encontro à realidade

Não sei dizer como cheguei
Até aqui
Nem me lembro dos primeiros
Passos que dei
Isso tudo foi como
Um sonambulismo agudo
Quando acordei
Só pude ver os rastros
Da tragédia
É como uma febre interminável
E uma dor incessante
Aguçadas por um medo
Que percorre cada milímetro
Do meu corpo.
Até meu espírito estremece
Por esse desespero
Ao redor não vejo
Nenhuma mão que se estende
A mim, nem mesmo por pena.
Realmente,
Não sei dizer como cheguei
Até aqui
Mas sei que meu fim
Se aproxima lento
Para que eu possa provar da dor
Por mais tempo.
Queria correr e gritar
Meu sofrimento ao mundo
Mas preciso me esconder
Em palavras.
Correr ao meu velho caderno
Durante a noite
Escrever em sangue o que tenho vivido.
Não consigo mais suportar a vida
Nem essa, nem qualquer outra
Me acostumei com a solidão
Desse lugar.
Tão escuro, tão frio e vazio
Que adormece agora.

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