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segunda-feira, 4 de outubro de 2010



La fora as horas passam
Aqui dentro, me afundo na solidão amarga
Me perco em pensamentos mortíferos
Sem lágrimas ou sangue
Reconheço o que não poderia ser vida ou morte
Um silêncio sepulcral invade este campo
Permaneço em mim
E ele vem, por dentre a penumbra
Escondido nas sombras
Seu beijo tem gosto de trevas
Seus olhos brilhantes me enfeitiçam
Já não sei o que foi ou que virá
Perdido em uma dimensão infernal
Clamo piedade, em desespero mortal
Já não vivo, já não sou eu
Um espírito só
Vagando dentre sepulturas
Exalando odor pútrido
Trôpego entre cadáveres dilacerados
E esquecidos na vergonha do fim
As feras me perseguem
E a noite soturna
Me acalenta na bruma da morte
Os sons da partida adormecem o que ainda se faz vivo
E um abismo que se dimensiona
Hora a hora
Me separa da realidade
Desgraçado na imundice
Viajo na imensidão da morte
Para o fim de todos os lamentos
Até os séculos.

5 comentários:

  1. Adorei esse estado de perdido.
    "Reconheço o que não poderia ser vida ou morte"
    Isso é um máximo, seria um desespero de não saber em qual estado se encontra, achei muito genial.
    Até por que antes dizendo sem lágrimas ou sangue, imaginemos algo sem vida.
    Porem o que morre "tem sangue" embora esteja em outro estado físico.

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  2. Valeu aeh. Mas olha, fiquei muito feliz em ver que lês a poesia e analisas os pontos nela. Muito bom isso, obrigada.

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  3. sempre perseguidos, envoltos em um tipo de mistério... como a bruma... vida ingrata.

    http://terza-rima.blogspot.com/

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  4. De apertar os Olhos
    e cair a Boca!
    Tua escrita me agrada muito
    te sigo agora.
    Bjo.

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